Apelido: Moacir
Posição: Goleiro
Nascimento: 29/08/1936 (Cambará-PR)
Falecimento: 17/12/2020 (Londrina-PR)
Período no Londrina: 1957- 1961
Outros times que jogou: São Paulo de Londrina(1956), Portuguesa Londrinense (1961-1962), Platinense (1963), Esportiva Jacarezinho (1964), Estrela do Norte de Ibiporã (1965) e Platinense (1969)
Títulos pelo Londrina: Campeão Torneio da Amizade de 1957 e Campeão Norte-Paranaense de 1959 (Obs: Torneio da Amizade foi o primeiro nome do Campeonato Norte-Paranaense)
O primeiro jogo de Moacir pelo Londrina
Data: 20/01/1957 – Domingo
LONDRINA FUTEBOL CLUBE 3x1 S.E.R. ARAPONGAS (PR)
Amistoso estadual
Local: Estádio Municipal (Arapongas-PR)
Árbitro: Renato Marques
Assistentes: Antônio dos Santos e Geraldo A. de Oliveira
Renda: Cr$ 150.000,00 (Aproximadamente)
Gols: Zé Carlos (LFC/2-1º),Sanford (SERA/37-1º),Alaor (LFC/46-1º), Barras (LFC/16-2º)
LONDRINA: Inácio (Moacir), Oswaldo (Conceição) e Gonzales; Douglas, Rubens Cortez e Mané; Alaor, Zé Carlos, Iube (Armandinho), Barras (Rubinho) e Joãozinho. Técnico: Joanin Stersi
S.E.R. ARAPONGAS: Xisto, Tide e Dum; Anésio, Arnoldo (Ema) e De Galla (Sôcio), Sanford, Odemir, Gauchinho, Dionísio e Zequinha (Jair)
Títulos pelo Londrina: Campeão Torneio da Amizade de 1957 e Campeão Norte-Paranaense de 1959 (Obs: Torneio da Amizade foi o primeiro nome do Campeonato Norte-Paranaense)
O primeiro jogo de Moacir pelo Londrina
Data: 20/01/1957 – Domingo
LONDRINA FUTEBOL CLUBE 3x1 S.E.R. ARAPONGAS (PR)
Amistoso estadual
Local: Estádio Municipal (Arapongas-PR)
Árbitro: Renato Marques
Assistentes: Antônio dos Santos e Geraldo A. de Oliveira
Renda: Cr$ 150.000,00 (Aproximadamente)
Gols: Zé Carlos (LFC/2-1º),Sanford (SERA/37-1º),Alaor (LFC/46-1º), Barras (LFC/16-2º)
LONDRINA: Inácio (Moacir), Oswaldo (Conceição) e Gonzales; Douglas, Rubens Cortez e Mané; Alaor, Zé Carlos, Iube (Armandinho), Barras (Rubinho) e Joãozinho. Técnico: Joanin Stersi
S.E.R. ARAPONGAS: Xisto, Tide e Dum; Anésio, Arnoldo (Ema) e De Galla (Sôcio), Sanford, Odemir, Gauchinho, Dionísio e Zequinha (Jair)
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Matéria escrita por Felipe Lessa – AcervoLEC
- Feita em 2015 após entrevista com o goleiro Moacir
Permite-se a reprodução desta publicação, em parte ou no todo, sem alteração do conteúdo, desde que citada a fonte e sem fins comerciais.
Moacir fez parte do início de geração campeã de goleiros
Gavilan, Inácio, Zeferino e Moacir Fernandes foram alguns dos integrantes da primeira geração de goleiros do Londrina. Personagens que atuaram pelo clube ainda na década de 50. Relembra o goleiro Moacir Fernandes que na época, por exemplo, ainda não se usava luvas na posição. “Apenas joelheira. Pra não machucar o joelho”.
Moacir Fernandes nasceu em Cambará, Paraná, no dia 29 de agosto de 1936. Foi goleiro do Londrina no primeiro título do clube, no Campeonato Norte Paranaense de 1957. Na época era reserva de Gavilan. Com cerca de 13 e 14 anos Moacir já jogava entre adultos. Havia recém se mudado de Cambará para Londrina. Na nova cidade começou a acompanhar jogos de futebol amador. No final da década de 40, lembra Moacir, um dos duelos memoráveis foi entre uma seleção amadora local contra o Palmeiras de São Paulo. Na época de garoto ainda jogou no Bangu de Londrina, Retificadora Nakashi.
O primeiro grande clube na cidade, ainda garoto, foi o São Paulo de Londrina, que posteriormente se tornou Paraná e foi incorporado pelo Londrina. Em 1957, o goleiro passou a defender o Londrina. “Franchello passou a ser o presidente do Londdrina. Foi a época que eles foram me procurar”. “O Inácio machucou o joelho. Era contra um time de São Paulo, que era o Juventus (de São Paulo). Aí foi quando eu comecei a aparecer no Londrina”. Nessa época, Moacir trabalhava em uma retificadora. A fala do futebolista resume o quanto se ganhava com o futebol. “Era muito fraco”. Por isso, eu aproveitava também a profissão que tinha de encanador. “Era um bom ordenado”. Quando atleta do Londrina, Moacir relembra que inclusive chegou a ser convocado para uma seleção nortista que enfrentou o selecionado de Curitiba.
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Primeira conquista
O primeiro título do Londrina foi o Campeonato Norte Paranaense de 1957. Não havia ainda a integração no futebol estadual, com as equipes de Curitiba e região participando de um torneio a parte. Ainda assim, viajar para jogar era difícil. Jogadores da época falam sobre nivelamento dos times, mas também de outros empecilhos que desafiavam os clubes. Participante do elenco de 1957, o goleiro Moacir Fernandes, na época reserva de Gavilan, relembra a final do Norte Paranaense, em Mandaguari, diante do Mandaguari. “Era tudo estrada de terra. Pra viajar era difícil”. As condições da via de ligação proporcionavam algo inimaginável para os tempos modernos. Os cerca de 70 quilômetros que distanciam Londrina de Mandaguari duravam longas horas de estrada. Apesar do cansaço, o Londrina venceu o Mandaguari na casa do oponente, por 1 x 0. Era a conquista do primeiro título alviceleste. “Foi um gol do ponta-esquerda Armandinho. Como que fala gol de escanteio? Sabe? Gol olímpico”.
Mandaguari enfurecido impediu festa em Londrina
Pra ser campeão do Norte Paranaense em 1957, diante de um enfurecido Mandaguari, o Londrina teve de ser corajoso também fora das quatro linhas. “Os caras não queriam nos deixar sair”, recorda o goleiro Moacir Fernandes sobre a hora de voltar pra casa. “Pra ser jogador de bola naquela época era muito difícil”, completa. “Nós saímos de Mandaguari já era quase meia-noite”, conta Moacir, que havia visto o Londrina, em campo, ter problemas com o bom futebol de Felix Lescaño, um atacante paraguaio que era sensação do interior da época. “Era o único jogador que perturbava todo mundo”.
Pelos problemas pra deixar o campo do Mandaguari, foi inviabilizada inclusive a comemoração dos jogadores do Londrina com os torcedores londrinenses, pois o elenco chegou à cidade apenas na manhã do outro dia. “Tinha um bar, que havia sorvetes. Aquelas coisas. Quando chegamos já era de manhã, né. Todo mundo foi embora pra casa”, relembra. Na época, a façanha foi um dos fatos mais comentados da cidade. Londrina contava somente com aproximados 70 mil habitantes e o bar/sorveteria era um dos poucos pontos de encontro na cidade. “Não tinha quase nada. O que ia fazer era dormir. Não tinha aonde ir. Quando ia a algum lugar, ia ao Rio Tibagi”, recorda Moacir.
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Reserva virou cadeira cativa para ver estreante Pelé
Estar no banco de reservas se tornou privilégio para Moacir Fernandes em um duelo do Londrina em 1957. Tudo em razão de em campo estar o então iniciante Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, jovem talento lançado na época pelo Santos, do litoral paulista. Em duelo realizado na cidade de Londrina, o Santos venceu por 7 x 1. A derrota, ainda assim, chega a ser um momento importante na história do Londrina. Na ocasião, Pelé marcou os gols de número 11 e 12 da carreira de acordo com o departamento de história do Museu Pelé. “O Pelé jogou no segundo tempo”, relembra Moacir. Mesmo garoto, aquele que posteriormente foi chamado de Rei do Futebol chamou atenção. “São coisas que a gente já via nele: o craque que era. Naquele tempo se falava muito que tinha um meia que batia bem na bola”, conta Moacir, relembrando que Pelé era apenas uma promessa na época. “Tornou-se conhecido quando foram campeões do mundo em 58 (com a Seleção Brasileira)”.
Mesmo contra famosos, Londrina fez parte de futebol marginalizado
Na década de 50, o Londrina chegou a enfrentar paulistas famosos no futebol. Santos, Corinthians, Palmeiras e São Paulo estiveram entre os adversários em solo londrinense. Não foi o suficiente, ainda assim, para que os praticantes desse esporte fugissem do estereótipo ruim existente na época. “O futebol era uma coisa diferente de hoje. Naquela época, se falava assim: quem joga futebol não é bem visto”, relembra o goleiro Moacir Fernandes, participante do primeiro título norte paranaense do Londrina. Relembra o futebolista que Pelé, em início de carreira com o Santos, em 1957, chegou a jogar na cidade. Também enfatiza que mesmo o Palmeiras de São Paulo chegou a ser batido pelo Londrina, em 1958. O jogo foi inesquecível, mas não o suficiente para melhorar a imagem dos atletas. “Tanta coisa que deixa a gente tão feliz”, conta Moacir, antes de completar. “De 70 pra cima começaram as pessoas a entender que era um esporte que cada um queria mostrar o que sabia, o que ganhava também. Era bom”. “Depois que se formou o Londrina, as pessoas começaram a dar uma atenção maior aos jogadores. Viram que não era tão assim como se falava”.
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Fontes:
Livro "Londrina Esporte Clube - Contado em fatos e fotos" - Jefferson de Lima Sobrinho
Colaborou:
Felipe Lessa (AcervoLEC)
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