... O gol solitário do zagueiro João Neves, no terceiro e
decisivo confronto com o União Bandeirante, dava o título ao Tubarão em um
sábado de Estádio do Café lotado. Era o último grande feito do clube na última
final caipira estadual.
Naquelas três semanas de
dezembro, Curitiba perdeu o posto de capital da bola no Paraná, logo que o
Atlético tombou diante do Londrina e o Paraná caiu diante do União, pelas
semifinais. O sotaque caipira tomou conta de tudo.
“Os torcedores se encheram de
orgulho. Dava para perceber isso nas ruas, com todo mundo usando a camisa dos
clubes, os jogadores dando entrevistas sem parar. Foi um tempo muito especial,
que guardo com carinho”, relembra o volante Alexandre Bianchi, 42 anos, uma das
revelações daquele Tubarão.
De fato, uma decisão longe da
capital é algo raro. Foram somente quatro vezes em 98 edições (desconsiderando
na conta o Supercampeonato). E, desde 92, Atlético, Coritiba e Paraná sempre
estiveram envolvidos na briga pelo caneco. Paranavaí, vice em 2003 e campeão em
2007 e Adap, vice em 2006, foram os únicos intrusos do interior nessas duas
décadas.
“Essa oportunidade de jogar uma
final com outro time no interior nos deu ainda mais responsabilidade para
vencer. Ainda mais que o clube não era campeão desde 1981”, comenta o zagueiro
londrinense Márcio Alcântara, 50 anos. Pesava também a rivalidade. Dois
representantes do Norte, Londrina e União protagonizavam confrontos “pegados” e
equilibrados. Na primeira fase, empataram por 2 a 2. Igualdade mantida nos dois
primeiros encontros da finalíssima: 0 a 0 e novo 2 a 2.
“Jogar lá em Bandeirantes não
era nada fácil. O time deles chegava junto. Mas o nosso não aliviava também”,
relembra Aléssio, 42 anos, ponteiro alviceleste na ocasião. Por suportar menos
de 15 mil pessoas, o estádio do União não foi utilizado na decisão. Os três
duelos aconteceram em Londrina.
O segundo deles foi, de longe,
o mais emocionante. Perdendo por 2 a 1, o Tubarão esteve perto de ver o
oponente dar a volta olímpica em sua casa. Até que, no último minuto, Márcio
aproveitou um cruzamento na área para igualar e forçar o pega derradeiro.
“Quando fiz o gol foi uma
emoção muito grande. Lembro da nossa torcida invadindo o gramado, todo mundo me
abraçando. Jamais esquecerei”, declara o autor do gol salvador.
Texto de André Pugliesi – Gazeta do Povo -19/12/2012
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Página revista e atualizada em 10/08/2021
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